Revolução de Canudos

A violência, seca, fome, abandono político tomavam conta do Nordeste no final do século XIX. E assim, devido a todos esses problemas e mais a pressão religiosa, iniciou-se um grande problema social, tendo como conseqüência um conflito civil.
Este conflito que começou em novembro de 1896, foi liderado por Antônio Conselheiro, que se dizia ser um enviado de Deus. Com esse argumento, dizia que fora enviado para acabar com as diferenças sociais e os ditos pecados republicanos(casamentos civis e cobrança de impostos), além de que acreditava que a República era uma forma do “Anti-Cristo” na terra.
Assim conquistou seguidores que acreditavam que o enviado os libertaria de tal situação tão miserável.
Mas para entendermos melhor a Revolta de Canudos, devemos analisar todo o contexto histórico. No Brasil, pouco tempo antes havia sido assinada a Lei Áurea, acontecera o golpe republicano, o fechamento do Congresso, além da queda da monarquia. Todas essas transformações radicais e repentinas foram cenários do início da Revolução de Canudos.

Conflito


Tudo começou em uma divulgação de Antônio Conselheiro e sua gente. Segundo estes, Canudos era um lugar composto por comunistas, fanáticos e monarquistas. Mas a única coisa que unia os sertanejos a Canudos era a vontade de escapar da fome e da violência. E a forma mais concreta que acharam para expressar essa revolta foi a religiosidade.


A cidade de Canudos estava tão povoada por seguidores do Conselheiro que se tornou uma das cidades mais povoadas da Bahia. Desenvolvia-se então uma preocupação, dos donos de terras, devido a esse fato. Isso porque temiam que suas terras fossem tomadas pelos seguidores, formando vilas e assim, ameaçando suas propriedades.
Os proprietários, preocupados, pediram auxílio do novo governo republicano para que enfrentassem tal ameaça. Foram então criados motivos para que a região fosse equipada com recursos e soldados. Começou então o conflito.
A primeira reação do governo da Bahia foi em 1896, com o auxilio do governo estadual. O tenente que comandava o ataque contra o arraial era Manuel da Silva Pires Ferreira, que na primeira tentativa, foi surpreendido pelos conselheiristas.
Em 1897 se deu outra tentativa do governo, a qual era comandada por Febrônio de Brito. Foram mais uma vez surpreendidos, pois os jagunços estavam armados (as armas eram as abandonadas ou tomadas das tropas). Estes estavam muito corajosos diante a tais conflitos.
Houve uma grande repercussão dos acontecimentos no Rio de Janeiro, e ante a esse fato o governo federal assumiu a repressão. Fizeram a primeira expedição regular a Canudos. Ao saber disso, milhares de pessoas do Nordeste foram à defesa de Conselheiro. Depois de muitos ataques, Moreira Cesar, que estava comandando a repressão, foi morto. Abalou-se a expedição e a conseqüência disso foi o recuo do mesmo.
Novamente, a repercussão da derrota foi enorme no Rio de Janeiro, até porque se atribuía a restauração da monarquia. E então em 1897 começou a quarta e última expedição comandada dessa vez por Artur Oscar de Andrade Guimarães. A diferença das outras expedições era que esta tinha duas colunas comandadas por generais diferentes.
Desta vez, as tropas vieram com mais força e conseguiram a morte do “Homem Santo”, em combate. Devido a isto, muitos sertanejos desistiram do combate e no dia 5 de 1897, o arraial se rendeu. O cadáver de Antônio Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada, e no dia 6 o arraial foi incendiado, resultando na morte de milhares de pessoas.


Conclusão

Com essa revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, se vê o descaso dos governantes com os grandes problemas sociais do Brasil desde aquela época. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ou seja, mais empregos, justiça social, liberdade, foram tratadas como "casos de polícia" pela República. A violência oficial foi usada na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.
Pudemos ver assim o como e quanto era o descaso do governo com a fome e a violência e assim, entendermos os dias de hoje, em que a situação não é muito diferente.

Fizemos neste trabalho uma síntese do que foi a Revolta de Canudos, tomando como base os acontecimentos, pensamentos e todo o cenário no qual se passava a revolta, simplesmente usando uma forma mais expressiva e direta. Espero que gostem!

Associação Educacional de Niterói
Thaís Belloti, João Varella e Maria Domitila Mendes.